sábado, 24 de julho de 2010

Dúvidas

Quem sabe dos meus sonhos?
Ser apenas a singela Cinderela?
Ou a maldosa madrasta carrasca?
Calçar o sapatinho de cristal,
Com toda a pompa e circunstância?
Ou apenas tocar a vareta de condão
à distância?

Tornar-me ora sapo, ora princesa,
ao sabor do humor,
Como Madame Mim?
Ou ser a grande deusa enfim?
Ser e estar apenas Vera?
Ou ter você à vera?

Poucos provaram meu verdadeiro mel...
Será você aquele que provará o mel e o fel?
Te amaldiçôo, te abençôo, te desejo...
E te expulso,
Feito feto gerado em hora errada,
Fruto do amor mais proibido,
E portanto o mais sabido.

Ter-me inteira é apenas
mais um mistério,
Num mundo cheio de impropério,
Onde a “Vera” não cabe mais.
Ora bruxa, ora fada!
Ora apenas gente: humana!

Aquela que emana
A verdade mais doída
Que é o prazer de amar,
Amando apenas...
Sem razão mais específica,
Exceto a da pureza magnífica
Do amar!

Vera Arruda Reimann
Guarujá – 13/06/98

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