sábado, 24 de julho de 2010

Navegar

Mar, maré, mareando,
O barco aportou.
No porto do poço,
Do poço sem fundo,
Profundo no mundo,
Vagando ao luar.

Perdido na noite
De brilho opaco,
De lua vermelha,
O barco aportou.

No poço do porto,
Do porto sem fosso,
Trazendo saudades,
Lembranças sem fim.

Cantando misérias,
Contando estórias,
De terras distantes,
O barco aportou.

No fosso do poço,
Do porto do esforço,
Sem muita lembrança,
Trazendo esperança,
 
Ao porto do poço,
Do poço sem fosso,
O barco aportou
E nunca mais navegou!

Vera Reimann
Março/1977
*Direitos Autorais Reservados

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